quinta-feira, 11 de março de 2010

Um dia me disseram que as nuvens não eram de algodão

Na Física, podemos falar que força interna não altera um sistema, isso quer dizer que se você estiver em alto mar, afogando-se, nem tente puxar a si próprio pelos cabelos, você não irá alterar o seu estado de "quase afogado", reze, tenha fé, mas não tente levantar a si mesmo, não dissipe energia à toa.

Será que no mundo das idéias, dos sentimentos, somos outro universo, submetidos à outras leis?Somos apenas um e alteramos sim o sistema? Basta termos as ferramentas, uma breve noção do mundo, da vida, uma breve história e muita resignação?

Mudar por dentro. Lutar internamente até unir forças e conseguir verbalizar, colocar em palavras nosso mundo interno não é tarefa fácil. As pessoas que conhecemos são peças essenciais para essa exteriorização. Não somente por serem queridas, especiais ou fabulosamente diferentes de nós, mas principalmente por ajudar a nos localizarmos no mundo. São os ajustes finos da vida, do caminhar, nada seria igual se não interagíssemos com as pessoas. Elas nos mostram quem somos, é no ajuste de referencial que nos descobrimos.

Cada um de nós é um universo à parte, submetidos às leis da interação com as pessoas. Força interna nenhuma altera o sistema. Não somos mesmo um ilha, ou uma gaiola de Faraday, somos errantes, como adoro mencionar e somos dependentes uns dos outros, no que diz respeito ao nosso lugar no mundo, e isso é ótimo.

Sistematizar a vida e o processo de auto conhecimento tal como uma bula de remédio é impossível. Se esta necessidade fosse uma doença, as pessoas seriam o método paliativo, mas não haveria cura. Mas o querer fazer e a tentativa é uma bela motivação para viver.

Os poetas sistematizam a alma, o coração, as relações humanas e colocam no papel, à luz de seus métodos, o que as lutas internas produzem. Enquanto não defino um método, fico com a poesia dos outros errantes.

E desde já, sou eternamente grata às pessoas que, como eu, amam ternamente, incondicionalmente...

As nuvens não são de algodão, são moléculas de água em gelo ou vapor, simplesmente assim. Mas para os poetas elas são a marca do passar do tempo...nuvens passageiras, ou mesmo o símbolo de algo efêmero...prefiro assim.


Jaedson, dedico esta postagem à você especialmente, por contribuir intensamente ao meu "método de ajuste". Muita luz em seu caminho. Contarei sempre com você.


VCR

2 comentários:

  1. Saudações!

    É Val, se pensamos em mudar o mundo é necessário que as mudanças ocorram primeiro em nós mesmos. Muito bom saber que você, assim como nós que acompanhamos o seu trabalho, está sempre buscando o "método de ajuste". Segue em frente.

    Agradeço imensamente a sua dedicatória. Diria a você que não sou merecedor de tanto; apenas procuro ser e fazer o melhor que posso - e nem sempre consigo passar isso para os que me cercam. Acredito que o nosso grupo de discussões está melhorando - é fruto das boas influências que cada um procura inserir no nosso cotidiano.

    Tenha certezas de que estarei acompanhando o seu trabalho, ainda que de longe. Certamente virei outras vezes neste sítio para expressar a minha opinião sobre o que nele encontrar.

    Sabe, fico feliz por acreditar que esse fórum de debate de ideias, dos gêneros mais distintos, de que participam você, eu, Roque, Angélica e Mariana, é indissolúvel. A tendência é que incorporemos mais gente - precisamos de gente. Quem sabe, esse pequeno grupo expanda sua área de influência e consiga melhorar o mundo de alguém (não precisa, necessariamente, que seja todo o mundo). Sonhemos. Sejamos utópicos.

    Um abraço para você, extensivo aos que frequentam o seu blog.

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  2. é uma ótima relexão, mas não por acaso lutamos a vida toda pela vida e por ela nos beija com sua outra face a morte

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