quinta-feira, 8 de abril de 2010

Intolerância-fria

"A lei de ouro do comportamento é a Tolerância mútua, já que nunca pensaremos todos da mesma maneira, já que nunca veremos senão uma parte da verdade e sob ângulos diversos".

Mahatma Gandhi


Houve um tempo em que a tolerância nem era definida, pois a prática não existia, então qual o porquê de defini-la?
Esse tempo foi marcado por atrocidades, assassinatos...Quem nunca ouviu falar em Inquisição?
Quantas obras se perderam queimadas no fogo da intolerância?
Galileu só não foi morto por causa da ajuda de um amigo bispo influente, pois fora obrigado a pedir perdão à Igreja por ter "pecado" e colocado o planeta Terra num lugar subordinado ao Sol.

E hoje giramos em torno do sol, naquela época não, era o sol que girava em torno da Terra.
E foram muitas as Inquisições, todas com o desejo ardente de calar àqueles que de alguma forma eram vistos como ameaça à instabilidade de alguma estrutura politica, social ou religiosa.

A inquisição acabou em partes: pelo menos não sabemos de casos de pessoas que são queimadas na fogueira ou listas de livros proibidos...opa...isso existe sim! Não sabemos de casos de queimados ou mortos, eu disse "não sabemos", o que não sisgnifica que não exista. Mas muitos livros proibidos de antes, ainda são proibídos hoje e muitos estão em poder da Santa Igreja Católica!!!

Há também relatórios do exército brasileiro sobre sei lá que estudos (E. T?) e que são de direito do conhecimento da população, mas que nada....tudo preso dentro dos exércitos...pelo menos é o que dizem.

A inquisição existe sim, e não só em forma de textos proíbidos, e podemos chamá-la de Inquisição-fria. É como a Guerra. Horrores aconteceram e depois que a Guerra acabou as coisas continuaram por debaixo dos panos. Começou a Guerra-fria. Período tenebroso em que não se sabia ao certo o que estava acontecendo, silêncio demais.

Podem falar o que quiserem sobre teoria da conspiração. Não se trata disso.
O fato é que existe a Inquisição moral. A forma como as pessoas podem defender idéias pode fazer surgir, em seu oponente, uma força visceral de combater uma idéia.

É muito bonita a filosofia de que temos liberdade de expressão, mas não é bem assim, sempre há um preço a se pagar, principalmente quando se vai contra os dinossauros, contra os donos da bola.

Imagine alguém fantasiado de vaca invadindo o prédio da ONU gritando que nós não somos culpados pelas Mudanças Climáticas!
Corra atrás dos Criacionistas e fale que Darwin era genial e sacou tudo!
Diga aos católicos que o santo sudário tem a cara de DaVinci e não de Jesus!
Vá à Barretos, numa festa de rodeio, e grite no microfone que rodeio é coisa de acéfalos!
Fale às pessoas que você acha que os animais possuem senciência!
Apoie o bem-estar animal!
Defenda uma árvore em praça pública!
Recite um poema no metro, na hora do rush!
Afirme aos ortodoxos de uma área estagnada que a técnica utilizada é ultrapassada!

Arrisque-se para ver o preço que pagará. Quando se diz a poucos, num pequeno grupo conhecido, as máscaras se mantêm.
Quando se diz para uma maioria que se opõe ao que você pensa, acredite, suas chances de ser trucidado são altas. Quando um só ouve, nada poderá sofrer. Mas quando muitos param para ouvir o que não concordam algo acontece, eles ganham força e a alimentação recíproca dos egos cegam a todos e surge o inevitável: a intolerância que antes estava presa por não encontrar força suficiente para se mostrar!


Estamos na época da Inquisição fria, movida pelos egos inflados dos intolerântes às opiniões contrárias. Não consigo entender se estas pessoas realmente acreditam  cegamente no que pensam, ou se não podem mais mudar de trajetória, não podem atestar que erraram, ou não querem ficar no grupo da minoria.

O meu "termomêtro" para identificar um "crente ortodoxo" e nada liberal é a paixão em tentar nos convencer do contrário.

"A razão é filha do tempo e tudo espera de seu pai."
Voltaire                               

Eu não preciso de certezas, não abraço nenhuma delas, apenas traço esboços, só não abro mão do tempo.
                           


Um comentário:

  1. sem tolerância, sem cuido conosco e com os animais, sem certezas...vamos todos enfim como animais de Barretos pulando na nossa santa ingnorância até que a natureza se revolte e nos expulse daqui

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